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20/06/2006 |
“OS VERDES” DENUNCIAM À POPULAÇÃO DE SETÚBAL - DEPUTADOS DO PS DEIXARAM CONVICÇÕES EM CASA |
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No passado dia 14 de Junho “Os Verdes” puseram em discussão os seus Projectos que tinham como objectivo estabelecer a suspensão de todo o processo conducente à co-incineração, tendo em conta um conjunto de pressupostos dos quais realçamos:
• Necessidade de aferir os riscos da queima de resíduos industriais perigosos para a saúde pública, questão que o estudo de actualização encomendado por este Governo omitiu completamente.
• Necessidade de dotar este processo de um período de discussão pública, designadamente nas localidades apontadas pelo Governo para se dar início à co-incineração de resíduos industriais perigosos.
• Necessidade de permitir a entrada em funcionamento dos CIRVER (Centros Integrados de Recuperação, de Valorização e de Eliminação de resíduos industriais perigosos) para poder aferir da sua real capacidade de resposta ao tratamento de resíduos perigosos e para centrar nestas estruturas o pilar da estratégia de resíduos perigosos.
A direcção do Grupo Parlamentar do PS não queria que os seus deputados fossem confrontados com estas propostas de “Os Verdes”, designadamente aqueles que publicamente sempre se manifestaram contra a co-incineração, por isso recusaram este agendamento de “Os Verdes” em conferência de líderes.
Porém, “Os Verdes” entenderam usar este agendamento no âmbito de uma prerrogativa regimental e usaram o seu único agendamento potestativo da presente sessão legislativa para discutir a co-incineração e para confrontar os deputados do PS com as suas convicções.
Eis a convicção de alguns dos deputados do PS (sendo que todos os deputados do PS do círculo de Setúbal votaram contra):
• O Deputado António Vitorino, cabeça de lista do PS pelo círculo eleitoral de Setúbal, nas últimas legislativas, que na Assembleia Municipal de Setúbal, em Dezembro de 2005, votou a favor de uma moção contra a co-incineração na Arrábida, ausentou-se da votação dos projectos de “Os Verdes” no plenário da Assembleia da República e não manifestou o seu sentido de voto.
• A Deputada Marisa Costa, que votou a mesma moção na Assembleia municipal de Setúbal em Dezembro de 2005 e que publicamente tem defendido a necessidade de uma ampla discussão pública e do envolvimento das populações no processo da co-incineração, votou contra os Projectos de “Os Verdes”.
• O Deputado Alberto Antunes que assumiu publicamente ser a voz defensora no Parlamento para uma estratégia conducente à retirada da SECIL da Arrábida, o que implica, no mínimo, questionar a imposição de co-incineração naquela unidade cimenteira, votou contra as propostas de “Os Verdes”.
Os Deputados do PS eleitos pelo círculo eleitoral de Setúbal deixaram as suas convicções em casa. Merecem ser confrontados com estas contradições especialmente quando o PS apela tanto, mas pratica tão pouco, a proximidade entre eleitos e eleitores!