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17/09/2006 |
“Os Verdes”, nesta Semana Europeia da Mobilidade reafirmam que a Mobilidade é um direito |
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e que esta deve ser assegurada em primeiro lugar através de uma rede nacional de transportes colectivos.
No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, que irá decorrer entre os dias 17 e 24 de Setembro, na cidade de Lisboa, importa fazer uma profunda reflexão sobre as causas que levam a uma utilização maciça do automóvel e seus impactes no ambiente urbano e rural.
O ordenamento do território, o estabelecimento de actividade económicas e o contínuo aumento da concentração populacional que se verifica nos grandes centros urbanos, nomeadamente em Lisboa e no Porto, têm um papel determinante nos fluxos de pessoas e no agravamento dos problemas de mobilidade.
Para além de uma rede deficitária de transportes públicos, deparamo-nos com supressão de carreiras, reduções de horários, frotas envelhecidas, vias ferroviárias em mau estado de conservação, supressão de comboios, aumentos excessivos nos preços praticados e uma organização do espaço urbano feito em função do automóvel, em detrimento do transportes públicos.
“Os Verdes” entendem realçar a importância fulcral na falta de condições verdadeiramente alternativas como estímulo à utilização do transporte público.
É urgente inverter o preocupante rumo que o nosso país tomou, particularmente nos últimos dez anos durante os quais o transporte colectivo deixou de ser o meio mais utilizado para ceder esse lugar de honra ao automóvel particular responsável por 95% do total de emissões no sector dos transportes e um dos grandes responsáveis pelo falhanço de Portugal em relação às metas de Quioto. Todos os dias entram em Lisboa mais de 400 mil carros e no Porto mais de 175 mil, 80% dos quais transportando apenas uma pessoa.
De acordo com dados do Eurostat 2004, em 2001 Portugal era o 4º país da Europa a 25 com mais carros particulares por 1000 habitantes. Entre 1991 e 2001 Portugal encerrou mais de 300 Km de ferrovia (correspondente a quase 10% da rede então existente) e de muitas estações e apeadeiros, enquanto a rede de auto-estradas aumentou 350%!
Nesta Semana da Mobilidade, “Os Verdes” exigem também a concretização de mais percursos pedonais e ciclovias, ou seja, instrumentos de planeamento que cada vez mais contemplem a integração de formas de mobilidade suave e segura.
Por isso, e no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, “Os Verdes” vão promover um conjunto de iniciativas em defesa dos transportes públicos.
A assinalar o culminar da Semana Europeia da Mobilidade, no dia 22 de Setembro, o dia sem carros, com uma iniciativa em defesa do direito à mobilidade, um “comboio humano” irá percorrer as ruas de Lisboa, e entregar ao Governo as “prendas” trazidas do Alto Douro, no decorrer da iniciativa “Pelo Comboio é que Vamos”, contra o encerramento das linhas férreas do Tua, Corgo e Tâmega.
Gabinete de Imprensa
17 de Setembro de 2006