|
07/07/2006 |
“OS VERDES” PREOCUPADOS COM SUPRESSÃO DE INTERCIDADES |
|
Ontem, na interpelação ao Governo sobre transportes e mobilidade que se realizou na Assembleia da República por iniciativa do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, Mário Lino, Ministro das Obras Públicas, escusou-se a responder a uma questão do Deputado ecologista Francisco Madeira Lopes relativamente ao risco da CP vir a suprimir os comboios intercidades que fazem a ligação entre Lisboa e a Guarda e a Covilhã, o que leva “Os Verdes” a estarem muito preocupados com a possibilidade desse silêncio representar uma confirmação do mesmo facto.
A verificar-se essa supressão, “Os Verdes” consideram que se está a prestar um mau serviço às populações dos Distritos da Guarda e de Castelo Branco, e ao país ao suprimir uma ligação directa entre duas capitais de distrito e a capital do país, substituindo-a por uma ligação que envolve transbordos, em estações nem sempre com as melhores condições e feita em material circulante menos confortável e menos rápido degradando assim o fundamental serviço público de transportes, sem considerar os direitos fundamentais de mobilidade das populações e as necessidades de apoio ao desenvolvimento de regiões do interior que se debatem contra o despovoamento.
Segundo dados do Eurostat 2004, entre 1991 e 2001 Portugal encerrou mais de 300km de ferrovias e era também, em 2001, o 4º país da Europa a 25 com mais carros particulares por 1000 habitantes. Estes dados são por demais sintomáticos, especialmente num país onde existem dos mais baixos níveis salariais da Europa, e evidenciam que os portugueses não têm alternativas reais de transportes públicos, sendo forçados a recorrer ao transporte individual e particular.
Mais uma vez ficou demonstrado através das palavras do Sr. Ministro que a prioridade deste governo não é servir os cidadãos, mas sim privilegiar grandes infra-estruturas, como a OTA e o TGV, que vão beneficiar apenas uma minoria e que, para além disso, impedem a resolução dos problemas de mobilidade dos portugueses, designadamente no interior do país.
“Os Verdes” defendem que esta não é a resposta estrutural aos problemas de mobilidade dos portugueses. Defendem ainda a necessidade de investimentos sérios nos transportes públicos colectivos, a articulação racional entre os diversos operadores do sector e também a elaboração urgente de um Plano Nacional de Transportes, essencial para o enquadramento dos diferentes sectores.