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Comunicados 2006
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21/02/2006
ALMEIRIM - PRESERVAÇÃO DOS VESTÍGIOS DO CONJUNTO DO PAÇO REAL DOS NEGROS AMEAÇADA
Os eleitos do PS na Câmara Municipal de Almeirim mostraram ontem, mais uma vez, na reunião de câmara, ao chumbarem a proposta apresentada pela vereadora da CDU, o desprezo que têm pelo património edificado deste concelho, cuja delapidação têm vindo paulatinamente a permitir, mandato após mandato.

Depois da autorização dada (pelo PS) em anteriores mandatos à demolição de um conjunto de edifícios do início do séc. XX, localizados no centro cívico da cidade, e cujo PDM considerava de grande interesse arquitectónico e patrimonial, sugerindo ainda a sua classificação, e depois de intervenções no jardim mais antigo do concelho que levaram à sua total descaracterização, é agora a vez dos vestígios do conjunto do Paço Real dos Negros, que ficam à mercê do desleixo e da passividade da maioria PS perante a gula especulativa.

Os vestígios em causa são os únicos testemunhos de um passado histórico que ligam o concelho de Almeirim à história de Portugal.

A proposta apresentada pela CDU na reunião de ontem vai ao encontro das orientações do PDM e do IPPAR e das próprias intenções de conservação deste património defendidas publicamente pelos eleitos e candidatos do PS nas vésperas das últimas eleições autárquicas. Mas mais uma vez, quando se trata de accionar medidas que vinculem a câmara a actos que venham de facto a inviabilizar ameaças à destruição ou descaracterizações ao património e a ficar responsabilizada para a tomada de medidas concretas para a conservação do mesmo, os eleitos socialistas votam contra e arranjam um conjunto de desculpas esfarrapadas para protelar a decisão. Esta atitude permissiva da câmara para com os saqueadores do património é também visível na atitude passiva e não interventiva da autarquia perante a ilegalidade do aterro que foi levado a cabo nos terrenos adjacentes ao Pórtico.

A Vereadora da CDU questionou ainda o presidente sobre as suas declarações sobre esta matéria publicadas no jornal O Mirante, declarações essas que vão no sentido de reconhecer o direito do empreiteiro a construir num terreno que o PDM classifica como non aedificandi.

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