O glifosato tem utilização muito alargada na agricultura em geral e pode também ser encontrado à venda em grandes superfícies abertas ao público, para usos mais domésticos. É também amplamente usado na limpeza de vias públicas e em linhas de água para controlo de espontâneas.

“Carcinogéneo provável para o ser humano» ”- é esta a classificação que a Organização Mundial de Saúde, por intermédio da sua Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro, faz do glifosato, o pesticida mais usado em Portugal, tendo sido vendidas, só no ano de 2012, mais de 1400 toneladas e assistindo-se a uma tendência crescente do seu uso nos últimos anos.

A investigação feita pela Organização Mundial de Saúde apresentou resultados preocupantes que relacionam o glifosato com alguns tipos de cancro, nomeadamente um cancro do sangue – o Linfoma não Hodgkin. Curiosamente, ou não, em Portugal todos os anos surgem cerca de 1700 novos casos deste tipo de cancro do sangue, apresentando uma taxa de mortalidade superior à média da União Europeia.

Tendo em consideração o princípio da precaução e a correlação entre o glifosato e os efeitos nocivos para a saúde, comprovada pela Organização Mundial de Saúde, impõe-se que tomemos medidas sérias e urgentes que salvaguardem a saúde pública e o ambiente.

Neste sentido, no passado dia 30 de Junho foi aprovada por unanimidade na Assembleia Municipal de Coimbra, uma moção apresentada, em Abril, pelo deputado municipal de “Os Verdes”, Paulo Coelho, que integra o Grupo Municipal da CDU – Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV) sobre a interdição do uso do glifosato, recomendando à Câmara Municipal de Coimbra que:

1. Tome como objetivo urgente a interdição do uso do glifosato
2. Apoie as juntas de freguesia na fase de transição para o uso de outros meios alternativos livres de glifosato
3. Promova urgentemente formas de esclarecimento, designadamente a juntas de freguesia e a agricultores, sobre os resultados relativos aos efeitos do glifosato sobre a saúde humana apontados pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro.

A aprovação desta moção, tendo por base as evidências crescentes dos malefícios das substâncias químicas de síntese, é um passo muito significativo para uma mudança de paradigma que “Os Verdes” defendem: uma forma de pensar e de agir em prol do ambiente e não contra o ambiente.