Na passada sexta-feira, 17 de junho, o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades afirmou na Assembleia Municipal que o comunicado emitido no dia 30 de maio, pelo Partido Ecologista Os Verdes, continha informações falsas, que não corresponderiam à verdade no que se refere aos acessos a propriedades privadas, duvidando também que tenham estado na reunião pessoas de Virela, Fornelo e Sejães, dando ainda a entender que as pessoas presentes, que exigem melhores acessibilidades, não são dignas de defender os seus legítimos interesses.

O referido comunicado foi emitido na sequência de uma reunião havida entre as populações de Virela, Fornelo e Sejães e Os Verdes, com a presença do seu deputado José Luís Ferreira, onde as populações deram a conhecer a exigência da reposição e o restabelecimento digno das acessibilidades perdidas com a construção da Barragem de Ribeiradio.

O PEV, para além de ouvir as preocupações da população sobre a necessidade de acessos públicos e respetivos melhoramentos a propriedades privadas que têm visto dificultado o acesso aos seus terrenos, sobretudo em segurança e comodidade, deslocou-se à apelidada "ferradura", cruzamento da nova via com a antiga estrada que culmina na albufeira, tendo constatado e confirmado a dificuldade e o perigo que é circular até mesmo a pé, quanto mais de veículos motorizados, dada a deposição de várias pedras e sedimentos por cima do piso da antiga estrada. Aliás um dos moradores presentes referiu que já caiu nesse local tendo necessitado de intervenção hospitalar, ocorrência que o Senhor Presidente da Câmara aparenta desconhecer.

Relativamente à população presente no encontro com Os Verdes, estiveram mais de quarenta pessoas, efetivamente residentes em Virela, Fornelo e Sejães, segundo informação transmitida ao PEV. No entanto, embora estivessem presentes elementos não residentes nestas três povoações, não serão menos cidadãos por isso, por defenderem os seus legítimos interesses e por se sentirem lesados e prejudicados pelos acessos executados, ou seja adulterados face ao Estudo de Impacte Ambiental que esteve em consulta pública em 2008.

Os Verdes não consideram as pessoas mais ou menos válidas em função da sua residência ou em função de qualquer outro critério que o Senhor Presidente da Câmara Municipal pelos vistos utiliza para selecionar / qualificar os cidadãos.

Os Verdes desde sempre mantêm uma estreita proximidade com as populações no sentido de perceber os seus problemas, aspirações e necessidades tentando dar respostas às situações concretas independentemente da ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

Em vez do Senhor presidente da Câmara estar preocupado em qualificar as populações de mais ou menos válidas, em função da sua afinidade, quem sabe partidária, deveria isso sim ir ao encontro das verdadeiras necessidades das populações, não desvalorizando os seus legítimos interesses de viver de forma condigna e com boa qualidade de vida nas suas aldeias que tanto têm sido esquecidas por este executivo municipal.

Defender as populações teria sido fazer cumprir a Declaração de Impacte Ambiental Favorável Condicionada do Aproveitamento Hidroelétrico da Ribeiradio-Ermida, não contribuindo para a sua adulteração com um manifesto prejuízo para as populações e para o interesse público, exigindo da EDP todas as reposições, restabelecimentos e compensações devido à construção da Barragem de Ribeiradio.