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21/12/2004 |
Comunicação do 1º Ministro e Ministro das Finanças |
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REACÇÃO DE "OS VERDES" À COMUNICAÇÃO DO PRIMEIRO MINISTRO E MINISTRO DAS FINANÇAS DEMISSIONÁRIOS
Faltou ao Sr. Primeiro Ministro e ao Sr. Ministro das Finanças explicar porque é que o enorme sacrifício que foi exigido aos portugueses, a pretexto da necessidade de cumprimento absoluto do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) e do défice abaixo dos 3%, afinal não resultou em nada senão num maior atraso do país, pelo estrangulamento do investimento público a que temos assistido.
O Governo acordou agora para a verdadeira causa do problema quando, depois de tanto silêncio da maioria PSD/PP sobre a matéria, o Sr. Ministro das Finanças referiu que "a revisão do PEC é um imperativo".
"Os Verdes"
sempre disseram que o PEC é um instrumento cego aplicado a realidades económicas muito diferentes. É ainda um instrumento que ignora os ciclos económicos e portanto não pode ter bons resultados.
Durante estes anos, o Governo PSD/PP desinvestiu no país a pretexto da necessidade de diminuição da despesa, mas em vez de atacar seriamente o problema da fraude e da evasão fiscais, andou a estudar operações de cosmética para fingir um défice abaixo dos 3% quando o défice real ronda os 5%.
"Os Verdes"
consideram ainda estranho que o Sr. Primeiro Ministro e o Sr. Ministro das Finanças nada tenham referido quanto àquilo que pretendem fazer face ao chumbo do Eurostat a propósito da proposta de aluguer de longa duração de imóveis de Estado.
O que "Os Verdes" consideram que há a fazer é que este e qualquer outro governo se deve impor na União Europeia fazendo necessariamente ouvir a sua voz, com urgência, para a necessidade de intervir sobre a causa real do problema que está criado, ou seja, a necessidade absoluta de revisão do PEC.
O Gabinete de Imprensa
Lisboa,21 de Dezembro de 2004