Pesquisa avançada
Início - Comunicados - Comunicados 2004
 
 
Comunicados 2004
Partilhar

|

Imprimir página
21/10/2004
Declarações do 1º Ministro
PROFESSORES PARA ASSESSORES DE JUÍZES – A PARÓDIA DO GOVERNO CONTINUA

O Partido Ecologista "Os Verdes" considera que as declarações proferidas ontem pelo Primeiro Ministro, de que os professores com horário zero poderiam assessorar juízes no Ministério da Justiça, demonstram a leviandade com que Santana Lopes dispara afirmações sem o mínimo de reflexão prévia.

Comprovam ainda aquilo que "Os Verdes" já suspeitavam: o Sr. Ministro desconhece totalmente o ensino e o funcionamento das escolas portuguesas, por várias razões:

1. Se há horários zero nas escolas, devem-se ao encerramento de estabelecimentos de ensino ou à sobrecarga de turmas. Com o nível de insucesso que temos em Portugal, seria bom que as turmas fossem mais reduzidas de modo a providenciar um acompanhamento mais individualizado aos alunos e que não fossem encerradas tantas escolas.

2. Os professores com horário zero estão a cumprir funções importantes nas escolas, tais como o apoio a alunos com dificuldades de aprendzagem e o apoio a bibliotecas e clubes diversos, que são uma componente fundamental para o melhoramento da aprendizagem e da cultura geral e que, em última análise, contribuem para o sucesso escolar. A existência destas actividades extra-curriculares é ainda uma forma de melhorar a segurança nas escolas, promovendo uma melhor sociabilização entre alunos.

Por último, se "Os Verdes" consideram que seria extremamente positivo para a eficácia e celeridade da justiça do país que os juízes tivessem um conjunto de apoios diversos, é também óbvio para qualquer cidadão que esses apoios deveriam ter a formação adequada, isto é, formação na área do direito e da justiça, na qual não estão certamente incluídos os professores com horário zero das escolas do nosso país.

Assim, "Os Verdes" consideram ainda que, para além do desrespeito que o Primeiro Ministro demonstra perante os professores e o desinteresse pela melhoria do sistema educativo do nosso país, estas declarações não podem, de todo, ser levadas a sério.

O Gabinete de Imprensa
Lisboa, 21 de Outubro de 2004

Voltar