|
21/05/2006 |
DIA MUNDIAL DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA |
|
No dia Mundial da Diversidade Biológica e após a realização em Março, da 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança e da 8ª Reunião das Partes da Convenção sobre a Diversidade Biológica, o Partido Ecologista “Os Verdes” não pode deixar de salientar a importância crescente que deve assumir a preservação da diversidade biológica ao nível das diferentes políticas, como factor insubstituível num desenvolvimento sustentado e como riqueza inalienável do legado às futuras gerações. Importa por isso alertar que muitos dos factores de perda da diversidade biológica, estão hoje identificados como resultantes das acções do Homem, relacionados com a destruição, degradação e fragmentação dos habitats naturais.
É neste contexto de preocupação que vimos surgir o cultivo de milho geneticamente modificado em Portugal, com a desconcertante irresponsabilidade do actual Governo Sócrates, ao permitir a realização de um segundo ano de culturas de transgénicas, sem tão pouco ter definido aquilo que deveriam ser Zonas Livres de Transgénicos ao nível do País e a criação de Fundo de Compensação que possa cobrir os prejuízos resultantes da contaminação acidental das produções tradicionais.
A poluição genética e a consequente perda de património genético serão uma realidade, se nada se fizer para travar o cultivo de culturas geneticamente modificadas. Um recente estudo realizado pela Greenpeace em Espanha, que desde 1998 que cultiva milho GM, dava conta de ter encontrado contaminação sem precedentes ao nível da sua agricultura tradicional. Só de facto quem está interessado e ganha com a entrada dos transgénicos na agricultura pode afirmar que o milho transgénico e convencional podem coexistir. Numa altura em que os problemas de alergias são uma preocupação crescente para tantos cidadãos, torna-se de facto ridículo fazer crer as pessoas que os pólens de milho pouco ou nada circularão e que bastará uma fileira de 24 linhas de milho tradicional para impedir qualquer contaminação.
Portugal é de facto um país com um conjunto importante de variedades tradicionais de milho que urge preservar, tendo em conta a sua tipicidade e características impares, que num quadro até das alterações climáticas são de extrema importância preservar, tal como amplamente foi reconhecido na Conferência do Rio, que considerou a preservação da diversidade biológica como um seguro face às alterações do ambiente.