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Comunicados 2002
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20/09/2002
Dia sem Carros leva "Os Verdes" a viajar na Linha do Sado
Dias Sem Carros, Sim !! Mas com Transportes Públicos de Qualidade.

A Ditadura do Automóvel, um Regime a Combater...

No momento em que se comemora a Semana Europeia da Mobilidade e o Dia Sem Carro, "Os Verdes" fizeram hoje a viagem de Setúbal a Lisboa, de comboio e barco, porque consideram que a linha do Sado é o exemplo mais visível da importância que os transportes públicos têm merecido por parte dos nossos Governantes.

Quando cada vez mais se assiste ao drama que constitui a peregrinação diária das populações metropolitanas, das suas casas para os locais de trabalho, utilizando em massa o automóvel particular.

Drama expresso em horas perdidas nas filas de trânsito, em stress provocado pelo caos, pela demora, em poluição gerada com consequente agressão à saúde das pessoas e em problemas ambientais graves e em grande escala como as alterações climáticas.

Quando pensamos na elevada taxa de acidentes rodoviários que Portugal detém, em que morrem milhares de portugueses nas estradas por ano, dos quais mais de uma centena são crianças.

Quando olhamos para o nosso espaço em redor e o vemos ocupado, por todo o lado, por carros parados na filas intermináveis, nos passeios impedidos, no ruído, fumos tóxicos etc...

Quando vemos a organização deste mesmo espaço feito em função do automóvel...

Exigimos uma necessária e urgente política de transportes públicos.

 

Os transportes públicos como forma desenvolvida e sustentável de viver nas cidades.

Numa sociedade moderna e organizada o transporte público colectivo representa um eixo fundamental de desenvolvimento.

Em Portugal a política de transportes públicos tem primado pela ausência. As suas consequências são visíveis, nomeadamente:

No mau serviço prestado aos utentes, na falta de estruturas e equipamentos e no mau estado de conservação dos que existem, comboios, autocarros, barcos, estações abrigos e segurança;

No elevado preço das viagens e na perca de influência do passe social;

Na falta de conforto e sobrelotação, nomeadamente em horas de ponta, representando uma verdadeira e penosa aventura para os utentes;

Na diminuição de carreiras e na diminuição de populações servidas;

Na falta de rapidez e na falta de interligação entre os diferentes operadores.

 

“Os Verdes” exigem uma necessária e urgente política de transportes públicos

Uma reflexão necessária sobre a mobilidade sustentável e a segurança do nosso país, e sobre o papel que os transportes públicos, nomeadamente o comboio, devem ter numa óptica de defesa do ambiente, da saúde pública, da sustentabilidade.

É necessária uma política que ponha termo à permanente redução de autocarros e de comboios com simultâneo aumento de preços dos transportes públicos. Uma mudança que troque o asfalto pelo ferro dos caminhos ferroviários.

Uma mudança que invista e que acabe com os constantes atrasos, com a falta de qualidade dos serviços, com a reduzida informação prestada aos utentes, com o estado deplorável em que se encontram as frotas de autocarros, os comboios e estações, das quais 400 foram encerradas e mais de 1000 quilómetros de linha férrea que foram abandonados, deixando também assim ao abandono populações e regiões do interior do país.

Uma mudança que valorize o espaço a que os cidadãos têm direito, enquanto peões, enquanto partidários de modos alternativos de mobilidade como a bicicleta, ou enquanto condutores, mas acima de tudo enquanto pessoas, cuja vida, cuja segurança, nos cabe promover e preservar.

"Os Verdes" entendem que é imperioso, particularmente nas Áreas Metropolitanas, criar um sistema de transportes públicos eficaz que, com conforto e segurança, dê resposta ás necessidades de circulação das pessoas em alternativa ao transporte individual.

 

O Gabinete de Imprensa do PEV,
Lisboa, 20 de Setembro de 2002


 

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