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17/07/2003 |
Entrevista de Durão Barroso |
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ENTREVISTA DE DURÃO BARROSO CONVERSA MOLE E SEM SUSTENTABILIDADE
O Partido Ecologista “Os Verdes” considera a entrevista do 1º Ministro, Durão Barroso, ontem à RTP, um exercício do “faz de conta”, anestesiante e sem credibilidade.
“Os Verdes” sublinham a propósito, a falta de credibilidade do discurso político do 1º Ministro, que ao sabor das necessidades, oscilou, num ano e meio, entre o dramatismo da crise total, em que o país estaria mergulhado, feito para preparar as medidas profundamente injustas e anti sociais adoptadas pelo seu governo e o discurso actual, que confrontado com a recessão, a degradação da qualidade de vida dos cidadãos e o desemprego vem, na ausência de medidas, acenar com a retoma da economia (que se não vê) e a promessa de futuros risonhos, com um optimismo anestesiante.
“Os Verdes” consideram, aliás, que este tom de conversa mole foi a marca dominante na abordagem de quase todos os temas, nomeadamente os que são fundamentais para ultrapassar a situação de recessão, as dificuldades da economia, o desemprego, os direitos dos cidadãos, a aposta na melhoria da situação do país.
A este propósito, sublinham “Os Verdes”, o despudor do 1º Ministro, ao referir-se às medidas políticas do seu governo para a educação, para a investigação científica e a inovação, que a julgar pelas suas palavras, seriam prioridades que estariam a nortear as suas opções políticas, quando é público que é precisamente neste domínio que se tem centrado o desinvestimento, a forte penalização das políticas e os cortes orçamentais mais graves protagonizados pelo actual Executivo.
“Os Verdes” lembram que foi precisamente esse o motivo pelo qual, bem recentemente, propuseram e a Assembleia da República debateu, o futuro da investigação científica em Portugal, debate esse que aliás foi revelador da falta de visão estratégica do governo neste domínio, que deveria ser considerado de importância vital para o desenvolvimento com sustentabilidade, isto é, para o desenvolvimento social, económica e ambientalmente equilibrado.
Por último, “Os Verdes” consideram lamentável que questões essenciais que dominam, na actualidade, a agenda política da esmagadora maioria dos países europeus, como são as do ambiente, da energia, do combate às alterações climáticas, sobre os quais este governo se tem evidenciado pela negativa e pela incompetência, tenham passado totalmente à margem desta entrevista, que desperdiçou igualmente a oportunidade de abordar e esclarecer publicamente questões pouco transparentes ou sensíveis, em áreas fundamentais no plano social e dos direitos humanos, como o são as da saúde e os seus negócios, as da deficiência, no ano europeu ou das prisões que se encontram numa situação explosiva, mas silenciada.
O Gabinete de Imprensa
Lisboa, 17 de Julho 2003