|
05/04/2012 |
Fraude nos subsídios de férias e Natal - Declarações à LUSA da Deputada de "Os Verdes" |
|
O Partido Ecologista Os Verdes diz que as declarações de Passos Coelho sobre a reposição dos subsídios de Natal e férias são uma "brincadeira de mau gosto" e "uma fraude", exigindo explicações públicas ao primeiro-ministro.
O primeiro-ministro afirmou hoje que os subsídios de férias e de Natal serão repostos gradualmente a partir de 2015, argumentando que o programa de ajuda externa a Portugal decorre até 2014 e tem uma base anual.
"O senhor primeiro-ministro não pode fazer aquilo que anunciou. Queremos querer que o senhor primeiro-ministro se enganou nas datas. O compromisso do Governo, quando tomou uma decisão absolutamente gravosa, que os Verdes contestaram absolutamente, foi de cortar os subsídios de férias e de Natal no ano 2012 e 2013. Não aceitamos, de modo nenhum, que esse corte vá para além dessa data", disse a deputada Heloísa Apolónia, em conferência de imprensa no Parlamento.
Para os Verdes, se o Governo "for avante com aquilo que anunciou, aquilo que estará a fazer é esticar a corda, uma corda que está praticamente partida".
"E é este o aviso que nós gostávamos de fazer ao Governo", destacou a deputada.
Heloísa Apolónia lembrou a seguir que ainda na terça-feira o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, garantiu que o corte de subsídios de Natal e férias no setor público seria até ao final de 2013.
"Não conseguimos por isso compreender estas declarações do senhor primeiro-ministro. Gostaríamos que ele viesse rapidamente a público dizer que foi um equívoco de datas", acrescentou, garantindo que os Verdes tudo farão para contestar "esta brincadeira de mau gosto".
A deputada considerou mesmo que as declarações de hoje de Passos Coelho são "uma absoluta fraude".
Em entrevista à Rádio Renascença, questionado sobre a reposição dos cortes nos subsídios de férias e de Natal aplicados ao setor público e aos pensionistas, Pedro Passos Coelho afirmou que o Governo pretende "repor gradualmente esses subsídios", porque "dificilmente o Estado conseguiria encaixar num ano a reposição de todo esse benefício".
Interrogado sobre quando é que essa reposição vai começar a ser feita, o primeiro-ministro respondeu: "Eu creio que é depois de 2014, porque o nosso programa de ajustamento decorre até 2014, portanto, só depois disso, como é evidente, e tem uma base anual. Portanto, a partir de 2015 haverá reposição desses subsídios".
"Com que ritmo, com que velocidade? Não sabemos. É inequívoca a vontade do Governo de o fazer, respeitaremos a decisão do Tribunal Constitucional nessa medida", concluiu Passos Coelho.