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29/07/2005 |
Grupo dos 6 e Protocolo de Quioto |
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QUIOTO PARA QUÊ?
O grupo dos seis dá-lhe a resposta!
Estados Unidos da América, Austrália, Japão, China, Índia e Coreia do Sul, assinaram ontem um acordo, designado “Asia Pacific partnership on clean development and climate”, que afirmam ter como objectivos combater as alterações climáticas, promover a segurança energética e reduzir a poluição atmosférica através do desenvolvimento de tecnologias não poluentes.
Se à primeira vista a intenção parece meritória, após uma primeira leitura “Os Verdes” entendem que:
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Não existe uma intenção real de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa na medida em que o acordo não aponta metas ou qualquer calendarização nesse sentido; sem estes limites o combate às alterações climáticas é uma miragem, ou, no caso presente, uma mera declaração de intenções, tanto mais que o documento não é vinculativo para qualquer dos signatários.
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Se por um lado o investimento em tecnologias menos poluentes é de louvar, o mesmo não poderemos dizer quando ele aponta fortemente para a energia nuclear, o que nos leva a colocar as seguintes questões: porque razão tanto se tem falado ultimamente na necessidade de investir neste tipo de energia? Será mera coincidência? E os resíduos radioactivos, que lhes faremos? Oferecemo-los às gerações seguintes? Com que legitimidade?
“Os Verdes” crêem que acordos voluntários e parciais não são um meio sério e adequado para combater as alterações climáticas. É através da ratificação e cumprimento do Protocolo de Quioto que lá chegaremos! E este dispensa acordos complementares desta natureza.
“Os Verdes” entendem que se trata de uma forma airosa destes seis países, afirmando uma vontade que não têm, esconderem a verdadeira face do acordo: desenvolver as suas economias sem o empecilho “Quioto” e promover um acordo comercial de transferência de novas tecnologias no domínio da energia, as quais muito provavelmente virão a ser compradas posteriormente pelos países em desenvolvimento.
“Os Verdes” receiam também que este acordo seja um mau presságio para as próximas negociações do Protocolo de Quioto, a realizar em Novembro próximo em Montreal.
O Gabinete de Imprensa
Lisboa, 29 de Julho de 2005