Hoje, na Assembleia da República, a deputada ecologista Heloísa Apolónia levantou a voz para, mais uma vez, apontar o dedo ao Governo no sentido de exigir que assuma as suas responsabilidades na situação de calamidade pública vivida no Algarve, como consequência dos devastadores incêndios que ocorreram nesta região do país durante o Verão.

“Os Verdes” lamentam que as promessas feitas pelos Ministros não sejam para levar a sério: depois de em 2003 um Ministro afirmar que este Governo preparou Portugal para enfrentar de forma mais eficaz os fogos florestais, aquilo que se verificou foi, por exemplo, que a Agência para a Prevenção do Incêndios florestais foi criada a tarde e a más horas e sem meios para intervir, verificou-se que os caminhos e pontos de água continuavam obstruídos e muitos desconhecidos, constatou-se mais uma vez descoordenação de meios e de entidades, faltaram meios de combate nos primeiros dias de incêndios, os meios aéreos chegaram tarde, bem como a ajuda militar.

Perante o cenário aterrador que se verificou no Algarve, era inevitável que o Governo tivesse declarado situação de calamidade pública. Não o tendo feito, impede o aligeiramento de processos decorrentes dos consequentes prejuízos dos fogos, dificultando as ajudas às vítimas desta catástrofe ambiental, económica e social.

“Os Verdes” consideram que é preciso deixar de fingir que se tomam medidas e concretizá-las efectivamente. Neste sentido, vão solicitar, a breve prazo, a vinda ao parlamento dos Ministros com responsabilidade na defesa da floresta.

O Gabinete de Imprensa do PEV
Lisboa, 2 de Setembro de 2004