O Grupo Parlamentar de "Os Verdes" entregou hoje na Assembleia da República um projecto que requer a realização de um inquerito parlamentar em relação ao processo que conduziu à privatização de 49% do capital social das Águas de Portugal.

"Os Verdes" consideram esta alienação, que implica a venda da AQUAPOR S.A., a empresa concessionária da distribuição de água, da EGF. EMPRESA GERAL DE FOMENTO S.A. (empresa dos resíduos industriais), de serviços altamente rentáveis em domínios como a engenharia, a operação e a manutenção, e a liquidação da parte internacional de uma empresa estratégica para o nosso país, com contornos demasiado opacos para que possam deixar de ser investigados.

"Os Verdes" consideram esta privatização da água inimiga do ambiente, inimiga do interesse dos consumidores, inimiga da economia portuguesa e, contrária ao interesse nacional, razão pela qual querem ver clarificados os contornos de um obscuro negócio, que a exoneração precipitada de Amílcar Theias por Durão Barroso (que hoje deveria estar perante o parlamento), torna ainda mais suspeita.

No sentido de esclarecer os contornos obscuros deste negócio, "Os Verdes" exigem um inquérito parlamentar que incida sobre 3 questões:

Þ As ligações de alguns membros nomeados pelo Governo para a reestruturação do sector das águas, com os grupos empresariais interessados na privatização do sector;

Þ Os estudos que justificam no plano social, ambiental e económico as medidas agora propostas e que têm sido mantidos no maior segredo

Þ As razões da disparidade no valor da avaliação agora feita à Holding AdP e que é cerca de 1/3 daquele que tinha sido apurado há cerca de dois anos, por 3 empresas.

O Gabinete de Imprensa
Lisboa, 25 de Maio de 2004

Ver tambêm:

Inquérito Parlamentar- à privatização da Águas de Portugal