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Comunicados 2008
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14/11/2008
MAIS UMA VEZ MÁRIO LINO FICOU PERDIDO NO NEVOEIRO QUE ENVOLVE OS ACIDENTES DA LINHA DO TUA
O Partido Ecologista “Os Verdes” lamenta a falta de coragem política demonstrada por Mário Lino ao não comparecer hoje de manhã na Comissão Parlamentar de Obras Públicas para aclarar questões relativas aos acidentes ocorridos na Linha do Tua e o futuro da mesma.

No entanto, o Partido Ecologista “Os Verdes” considera positivo o debate ocorrido hoje na Comissão e que ocorreu na sequência de uma iniciativa parlamentar apresentada por “Os Verdes” logo após a entrega do relatório final ao último acidente na Linha do Tua, debate este que contou com a presença da Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.

Para “Os Verdes” o lado positivo deste debate tem a ver não só com o facto de a Sr.ª Secretária de Estado ter apresentado pela primeira vez um compromisso temporal para um conjunto de acções de recuperação global e melhoria de segurança na Linha do Tua como ter ainda assumido publicamente o seu desejo pessoal em ver a Linha manter-se na íntegra.

“Desejaria que não fosse aniquilada nenhuma parte da Linha e que esta não tivesse sido alienada até Bragança”: estas foram as palavras de Ana Paula Vitorino em resposta à intervenção do Deputado de “Os Verdes”, Francisco Madeira Lopes, que a confrontou com um dos maiores riscos que paira sobre a Linha: a Barragem da Foz do Tua que caso se venha a concretizar, levará à submersão da sua parte mais bela e cortará definitivamente com o papel que desempenha a nível da mobilidade para as populações transmontanas e ainda as suas potencialidades a nível turístico e o contributo que está dá ao desenvolvimento da região.

Esta opinião da Secretária de Estado contraria a vontade do seu colega, o Ministro da Economia, grande defensor da Barragem, e vai ao arrepio daquilo que era o discurso oficial da tutela das obras públicas em 2006, quando dava o seu aval ao encerramento desta Linha e quando se manteve em silencio no Estudo de Impacte Ambiental e durante a discussão pública do Programa Nacional de Barragens.

Para “Os Verdes” esta evolução, que aplaude, é fruto das lutas travadas pelos “Verdes”, pelo Movimento de Defesa da Linha do Tua, pela Câmara de Mirandela e por tantos outros defensores daquela Linha. No entanto, estamos cientes que esta não reflecte a posição oficial do Governo e que a luta em defesa do Vale e da Linha do Tua tem de continuar.

“Os Verdes” estão ainda cientes que só uma forte e permanente mobilização em defesa da Linha levará a que o calendário de acções hoje apresentado seja concretizado. Porque também não duvidam que, em ano de eleições, e qualquer outra decisão seria suicidária para o partido do Governo, confrontado que está com uma opinião pública, tanto a nível local como nacional, chocada com os acidentes da Linha do Tua, e que tem manifestado a sua empatia, por aquela obra-prima da engenharia portuguesa e por um Vale de excepcional beleza, nomeadamente com adesão que tiveram à petição do Movimento Cívico de Defesa da Linha do Tua que foi entregue na Assembleia da República.

“Os Verdes” consideram ainda que nem os relatórios apresentados do 1º e do 4º acidente, sendo que ainda faltam apresentar relatórios do 2º e do 3º, repletos de contradições, onde cada entidade sacode a água do capote e chuta a bola para a outra, nem os esclarecimentos hoje prestados pela Sra. Secretária de Estado, levantaram o véu do nevoeiro que paira sobre os acidentes do Tua.

E ficaram com as declarações da Sra. Secretária de Estado que deixam antever que os acidentes ocorridos vão ser justificados com “falhas humanas”, e que poderão vir a rolar as cabeças de quem menos responsabilidade tem, tal como é hábito em Portugal. Face a estas declarações, o deputado de “Os Verdes” relembrou “se há falhas humanas também há falhas humanas de tutela” o que neste caso é particularmente evidente quando o relatório do GISAF (entidade para a segurança ferroviária), aponta o facto que o quarto acidente é em tudo similar e não pode ser desligado do terceiro. Esta consideração levou o deputado ecologista a questionar a representante da tutela porque é que o Governo não tinha desencadeado aquando do terceiro acidente o processo de averiguações e estudos que desencadeou neste último. O deputado de “Os Verdes” afirmou que infelizmente só quando há mortos é que os responsáveis reagem. O que foi de lamentar pois, poder-se-ia ter evitado esta quarta vítima.

O deputado Francisco Madeira Lopes colocou ainda à Senhora Secretária de Estado a necessidade de o Governo compensar a Metro Mirandela pelos prejuízos que está a sofrer decorrentes do encerramento da linha do Tua.

E como sempre “Os Verdes” reafirmaram a incompatibilidade entre a Barragem e a preservação do Vale do Tua no qual reside a própria preservação e viabilização da linha.

O Grupo Parlamentar “Os Verdes”
Gabinete de Imprensa
Lisboa, 14 de Novembro de 2008


 

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