O Deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo, através do Ministério do Ambiente e da Transição Energética, sobre a Ponte de Arame que, até às obras de construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Gouvães, Alto Tâmega e Daivões, ligou as povoações de Monteiros, no concelho de Vila Pouca de Aguiar e Veral no concelho de Boticas e que com as obras de construção do sistema electroprodutor do Tâmega, as populações ficaram privadas. Apesar das diligencias e protesto que têm vindo a desenvolver, não conseguem obter qualquer informação sobre a localização futura dessa obra comunitária que é património das populações, que reuniram a madeira e construíram a Ponte.

Pergunta:

A Ponte de Arame que, até às obras de construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Gouvães, Alto Tâmega e Daivões, ligou as povoações de Monteiros, no concelho de Vila Pouca de Aguiar e Veral no concelho de Boticas, foi construída inicialmente em madeira com o trabalho das populações dessas duas localidades.

A data da construção desta obra de engenharia, uma relíquia, hoje rara no nosso País, perde-se no tempo, mas depressa passou a fazer parte integrante do dia a dia e da história das populações de Monteiros e Veral, permitindo a mobilidade das pessoas, a sua convivência social e cimentando relações familiares e de trabalho.

Remodelada nos anos trinta do seculo passado, com a ajuda da Camara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, a Ponte pênsil foi objeto de obras de remodelação em 1981 e novamente com o auxílio das populações de Monteiros e Veral.

Incluída na listagem de património local a preservar, esta construção comunitária é objeto de afeto das populações locais e motivo de atração turística.

Sucede que com as obras de construção do sistema electroprodutor do Tâmega, as populações ficaram privadas da Ponte de Arame e apesar das diligencias e protesto que têm vindo a desenvolver, não conseguem obter qualquer informação sobre a localização futura dessa obra comunitária que é património das populações, que reuniram a madeira e construíram a Ponte. Também sobre esta matéria a Assembleia Municipal de Vila Pouca de Aguiar aprovou por unanimidade, em maio deste ano, uma Moção da iniciativa dos eleitos do Partido Socialista, reivindicando a reposição dessa ligação.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte pergunta, para que o Ministério do Ambiente e da Transição Energética possa prestar os seguintes esclarecimentos:

1 – Qual a localização exata da “recolocação” da Ponte de Arame que liga as populações de Monteiros e Veral?

2 – Para quando está previsto o início dessa obra?