Desrespeitando o compromisso assumido na Assembleia da República, o Ministro Nuno Crato deu orientações aos diretores de agrupamentos escolares para anularem as colocações de professores do concurso da bolsa de contratação de escolas, deixando docentes já colocados novamente sem colocação, quando, no parlamento, assegurou que ninguém seria prejudicado com o erro do Governo.

Os Verdes consideram inconcebível que o Ministro da Educação trate os professores, colocados nas escolas na sequência de um erro da exclusiva responsabilidade do Ministério, como meras peças de xadrez, cujas vidas manipulam sem qualquer respeito ou consideração, procurando atirar um erro, que é da responsabilidade do Governo, para cima das secretárias dos diretores de escolas.

O Ministro não pode, na opinião do PEV, corrigir um erro com outro erro. Muitos dos professores colocados por via da bolsa de contratação, já organizaram as suas vidas e assumiram compromissos para este ano letivo, nomeadamente celebrando novos contratos de arrendamento e veem-se, agora, novamente no desemprego. Nunca antes se assistiu à colocação de professores, «descolocados» umas semanas depois!

O PEV considera também que esta situação vai gerar ainda mais desestabilização e atrasos no início do ano letivo, prejudicando também os alunos e a vida escolar.

Os Verdes comprometem-se a pedir, com carácter de urgência, responsabilidades ao Ministro em sede parlamentar. O Ministro garantiu que nem os professores contratados, nem os professores prejudicados pela não colocação indevida seriam lesados pela trapalhada do Governo! É isso agora que se exige! A atitude, agora, do Governo face aos professores contratados revela que o pedido de desculpas do Ministro nada veio resolver, tendo sido rapidamente manchado pela dureza das suas decisões. De resto, e neste quadro, o PEV considera que, a ser levado por diante o despedimento dos professores já contratados, o Ministro Nuno Crato deixa de ter quaisquer condições para se manter à frente do Ministério da Educação!