Sendo que, no conjunto das variáveis na opção pela solução de Transporte Individual ou Colectivo, o custo é aquela que tem mais peso, esta pretensão do Governo não passa de um forte “empurrão” para a utilização do Transporte Individual, o que, em muitos casos, deixa de compensar em termos económicos.

Contrariando uma política sustentável de transportes, que passa pela criação de medidas com vista ao aumento da utilização dos Transportes Colectivos em detrimento do Transporte Individual, o Governo teima em ignorar a importância dos impactos negativos que o sector dos transportes tem na sociedade contemporânea ao nível da saúde pública e da sinistralidade, dos impactos ambientais e das alterações climáticas, dos custos económicos e energéticos e das implicações nos custos sociais.

“Os Verdes” consideram que este novo aumento, representando mais um incentivo à utilização dos transportes individuais, trará invariavelmente consequências negativas relativamente ao aumento de emissões de CO2 e de Gases com Efeito de Estufa (GEE) e afastará ainda mais o nosso país das metas a que se comprometeu no âmbito do Protocolo de Quioto.

“Os Verdes” defendem que é fundamental que o Governo entenda o transporte colectivo como um serviço social e de grandes reflexos ambientais e que determine investimentos no sector, quer através do financiamento de infraestruturas, quer através das indemnizações compensatórias. O Governo deveria apostar em melhorar a qualidade, quantidade, intermodalidade e coordenação dos horários e carreiras dos diversos operadores de transportes, evitando desta forma o afastamento das populações em relação a estes serviços.

“Os Verdes” pretendem ainda que o Governo explique aos milhares de utentes que diariamente utilizam os serviços dos operadores privados, que alternativas existirão a partir do final do próximo mês, caso se verifique o afastamento já anunciado desses operadores do sistema do passe social actualmente em vigor.

O Gabinete de Imprensa
Lisboa, 14 de Abril de 2005