A Deputada Mariana Silva, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo, através do Ministério da Saúde, sobre o encerramento da Extensão de Saúde de Campia, afeta ao Centro de Saúde de Vouzela, devido à falta de médico de família, pois a médica, que estava temporariamente a assegurar o serviço, entrou de licença por doença e o seu lugar ainda não foi preenchido. Para Os Verdes é inconcebível que a população tenha de se deslocar ao Centro de Saúde de Vouzela, que dista cerca de 15km da freguesia, por vezes apenas para levantar uma receita médica, como é o caso dos doentes crónicos.

Pergunta:

A Extensão de Saúde de Campia, afeta ao Centro de Saúde de Vouzela, está fechada desde o dia 18 de dezembro, devido à falta de médico de família, pois a médica, que estava temporariamente a assegurar o serviço, entrou de licença por doença e o seu lugar ainda não foi preenchido.

Nos últimos anos esta extensão de saúde, que serve cerca de 1300 utentes de Campia, freguesia mais populosa do concelho de Vouzela, tem estado recorrentemente fechada, seja pela falta de médicos ou de funcionários administrativos. Esta unidade de saúde, instalada no edifício da junta de freguesia, reúne boas condições físicas de funcionamento, depois de ter sido requalificada há cerca de dois anos, obras que custaram à autarquia cerca de 100 000 euros.

Os utentes consideram que, desde que o médico em permanência saiu, o serviço degradou-se devido ao constante encerramento da unidade de saúde, limitando ou mesmo impedindo que os utentes da freguesia acedam aos serviços de saúde.

Com as portas fechadas, a população tem de se deslocar ao Centro de Saúde de Vouzela, que dista cerca de 15km da freguesia, por vezes apenas para levantar uma receita médica, como é o caso dos doentes crónicos. A deslocação à sede de concelho causa grandes constrangimentos, pois muitos utentes são idosos, vivem sozinhos e não têm viatura própria. Os transportes públicos são muito limitados, com horários desajustados e/ou inexistentes, enquanto que o baixo valor das pensões e reformas impossibilitam que os utentes recorram ao táxi, como modo de transporte para se deslocarem.

A população considera que a situação poderia ter sido minimizada se tivesse sido colocado um médico, pelo menos um ou dois dias por semana, até se encontrar uma solução definitiva minimizando os constrangimentos causados aos utentes.

A concentração de serviços ocorrida nos anos transatos e a intermitência do funcionamento da extensão de saúde tem levado a população a recear o encerramento definitivo desta unidade.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte Pergunta, para que o Ministério da Saúde possa prestar os seguintes esclarecimentos:

1- Quando é que o Ministério da Saúde prevê reabrir a extensão de saúde de Campia - Vouzela?

2- Por que motivo não foi assegurada o funcionamento da extensão de saúde pelo menos um ou dois dias por semana, por forma a atenuar os impactos na população da freguesia?

3- Para quando é que está prevista a colocação de um médico, a título definitivo, nesta unidade de saúde?

4- O Ministério da Saúde tem prevista alguma solução complementar, para evitar que na falta de médico de família ou de funcionários administrativos os utentes de Campia fiquem impossibilitados de aceder aos serviços de saúde na freguesia?