|
20/07/2006 |
OS VERDES” SÃO FRONTALMENTE CONTRA DIMINUIÇÃO DAS ÁREAS PROTEGIDAS |
|
Hoje, na Assembleia da República, o Deputado de “Os Verdes”, Francisco Madeira Lopes, levou a discussão a anunciada redução dos limites das áreas protegidas do nosso país, nomeadamente no Parque Natural da Serra da Estrela, uma decisão que, a confirmar-se, demonstra uma preocupante postura de demissão e desistência de salvaguardar os valores ambientais das áreas protegidas.
O Director do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) anunciou esta semana a redução em 12 mil hectares daquela área protegida, justificadas sob o pretexto de fazer coincidir os limites do parque com os da Rede Natura ou pela minimização da importância das áreas desafectadas, quer porque entretanto se degradaram, quer por já não fazerem falta, como zona de transição, uma vez que o Parque já está consolidado, como afirmou o Presidente do ICN.
Para “Os Verdes”, a diminuição de uma área protegida é sempre algo extremamente negativo e um retrocesso na conservação do ambiente. Os argumentos apresentados não convencem, visto que a existência de zonas de transição nunca deixa de fazer sentido e são sempre uma parte importante e indispensável em qualquer área protegida.
“Os Verdes” consideram ainda que o princípio de se desafectar áreas que se degradaram, em vez de as recuperar, é profundamente negativo, nomeadamente num parque como o PNSE que tanto tem sofrido com os incêndios e pressões turísticas sazonais e que se debate com falta de meios, financeiros, técnicos e humanos, dispondo por exemplo de apenas 9 vigilantes quando a vasta área justificaria um mínimo de 30 a 40 vigilantes.
“Os Verdes” defendem que, face às conhecidas pressões que existem sobre o parque, seria importante um total esclarecimento para se compreender de facto quais as razões que estão por detrás dessa proposta e qual o posicionamento do Sr. Ministro do Ambiente sobre o assunto.
Caso contrário, mais não restará senão concluir que de facto a estratégia, falaciosa, que tanto tem estado na moda, de diabolizar o ambiente acusando-o de entravar o desenvolvimento económico, está a surtir pleno efeito e ao Ministério do Ambiente mais não resta que não seja fazer permanentemente cedências às muitas pressões que reconhecidamente existem com manifesto prejuízo para o estado do Ambiente no nosso país e para a verdadeira via de desenvolvimento, o desenvolvimento sustentável e em harmonia com os valores ambientais.