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Comunicados 2013
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17/09/2013
PARQUE REGIONAL DO VALE DO TUA – UM EMBUSTE QUE OMITE A BARRAGEM
MAS “ÚTIL” EM TEMPO DE AUTARQUICAS
 
Termina hoje a Consulta Pública do Projecto de construção, instalação e gestão do Parque Regional do Vale do Tua, na qual o Partido Ecologista “Os Verdes” decidiu não participar, por considerar que este “Parque” não passa de um embuste, tal como o afirmámos logo em 2010 quando foi alvitrada a sua criação. 
 
O “Parque” não passa de uma camuflagem para encobrir os imensos e irreparáveis danos da Barragem sobre o Vale do Tua e para minimizar custos à EDP, desviando dinheiros do fundo de compensação da conservação de natureza para projetos de desenvolvimento local que a EDP deveria suportar à parte no quadro das medidas de compensação às populações e à região afetada.
 
Este projeto é ainda uma tentativa de calar a oposição à barragem, o descontentamento das populações e de iludir a UNESCO.
 
Mesmo sem participar na consulta pública, “Os Verdes” não deixarão de analisar o Projecto em consulta sobre o qual emitem as seguintes considerações:
 
1º - A Barragem de Foz Tua e os seus impactos é completamente omissa:
 
Não pondo em causa a seriedade dos estudos apresentados, nomeadamente a nível da biodiversidade, do património, ou noutros parâmetros analisados, não podemos no entanto deixar de estranhar que eles se desenrolem todos a partir da caracterização de uma realidade pré-barragem e como se não tivesse prevista a sua existência.
 
Os documentos em consulta pública omitem pura e simplesmente qualquer abordagem às alterações na paisagem, na biodiversidade ou na socio economia decorrentes da construção da Barragem, nomeadamente das infraestruturas, paredão, central elétrica, linhas de muito alta tensão e do espelho de água que irão ocupar grande parte da zona mais interessante e que dá o nome ao dito Parque, o Vale do Tua. 
 
2º - O diagnóstico da área abrangida (sem barragem) mostra quanto os valores naturais, paisagísticos e culturais são imensos e verdadeiros.
 
A amnésia deste diagnóstico, não deixa de ser interessante pois acaba por pôr a nu a riqueza natural, paisagística e cultural desta área e o potencial de desenvolvimento sustentável que encerra, tal como “Os Verdes” sempre disseram e que foi deliberadamente omisso ou subvalorizado na decisão que deu suporte à construção da Barragem por forma a escamotear a verdadeira dimensão do crime. Potencial que ainda era maior, antes do desmantelamento da Linha do Tua, verdadeiro ex-líbris desta área, e da destruição já consumada pelas obras da Barragem.
 
“Os Verdes” não têm dúvidas que a área analisada aquando dos estudos que dão suporte ao Projecto, poderia merecer a classificação de Parque Regional, mas o que é verdade é que esta vai ser sujeita a transformações tão profundas, com a construção da Barragem, que as suas características vão ser irremediavelmente destruídas.
 
Ora os Parques são figuras que foram criadas para classificar e proteger ecossistemas ricos, diversificados, únicos e autênticos onde os homens e a natureza vivem em harmonia. As áreas criadas pelas albufeiras não entram nestes critérios, são áreas artificiais, pobres em biodiversidade, onde muitas vezes predominam as espécies exóticas e de paisagens uniformes iguais a muitas outras no país.
 
A criação deste “Parque” não passa de uma grande hipocrisia, de uma ideia luminosa da EDP, onde esta adultera e perverte os conceitos e fins subjacentes ás áreas classificadas, para branquear o crime que a Barragem consubstancia.
 
Uma forma também para em troca de “alguns tostões” calar os autarcas do PSD e PS que tem presidido aos destinos dos Concelhos envolvidos.
 
“Os Verdes” não se deixarão enganar com este projeto.
 
O Gabinete de Imprensa de “Os Verdes”
(imprensa.verdes@pev.parlamento.pt)
arquivo.osverdes.pt
Lisboa, 17 de setembro de 2013
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