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21/04/2016 |
Projeto de Resolução Nº 269/XIII - Por uma gestão ao serviço das populações do Centro Hospitalar do Médio Tejo |
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Veja a evolução desta iniciativa
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O Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E. (CHMT) que integra as unidades “Hospital Dr. Manoel Constâncio” de Abrantes, “Hospital Nossa Senhora da Graça” de Tomar e “Hospital Rainha Santa Isabel” de Torres Novas, abrange geograficamente as populações dos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Golegã, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha (distrito de Santarém), prestando influência indireta às populações dos concelhos de Gavião e Ponte de Sôr (distrito de Portalegre) e Vila de Rei (distrito de Castelo Branco), abarcando no seu conjunto mais de 230 mil habitantes.
A reorganização do CHMT, decorrida desde 2012 levou à concentração e divisão de serviços pelas unidades hospitalares, com a sequente perda de valências, designadamente as urgências médico-cirúrgicas em Tomar e Torres Novas, colocando em causa o direito das populações ao acesso a cuidados de saúde de proximidade e qualidade.
Com a nova reestruturação dada pela Portaria nº. 82/2014, que representa a posição política do anterior governo PSD/CDS-PP sobre o Sistema Nacional de Saúde, concretamente na aplicação de cortes cegos neste setor, na concentração de valências e encerramento de serviços por todo o País, o CHMT ficou, mais uma vez, limitado nas suas competências de serviço público de prestação de cuidados de saúde às suas populações.
As notícias vindas a público, referindo a perda de maternidade em Abrantes, levantaram muitos receios junto das populações, comissões de utentes e autarcas locais que se manifestaram publicamente contra a aplicação da referida portaria.
Ao longo dos anos, o número de situações dramáticas vividas pelas populações servidas pelo CHMT foi crescendo. O aumento das distâncias que os utentes e familiares têm que percorrer implica mais sofrimento e mais despesas, agravados pela falta de transportes públicos articulados com os serviços das unidades hospitalares na região. Situações a que acresce a falta de médicos de família e o encerramento de extensões de saúde no ACES Médio Tejo, dificultando a necessária articulação entre os cuidados de saúde primários e hospitalares, comprometendo não só a vida dos utentes, mas também as condições de trabalho dos profissionais de saúde da região.
Assim, o Grupo Parlamentar Os Verdes propõe, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, que a Assembleia da República recomende ao Governo que:
1- Garanta a existência de serviços de urgência médico-cirúrgica, de medicina interna e de pediatria nas três unidades hospitalares do Centro Hospitalar do Médio Tejo;
2- Dote o Centro Hospitalar do Médio Tejo com profissionais de saúde e meios materiais capazes de garantir a qualidade dos serviços de saúde que os utentes da região necessitam.