Nas eleições presidenciais francesas de ontem a extrema direita e o Front National não ganharam o que congratula o Partido Ecologista Os Verdes.

No entanto, este não deixa de ser um resultado preocupante, certamente consequência de uma política do anterior governo, de Hollande, que dececionou os franceses (depois da grande expetativa criada) e também muito influenciada pela forma como a União Europeia e o seu projeto se tem desenvolvido.

Preocupante, também, porque este novo presidente francês, ao que tudo indica, continuará o caminho anterior, tal como parece empenhado em prosseguir o apoio a este projeto de União Europeia, de costas voltadas para os cidadãos e cada vez mais afastado destes. Uma União Europeia que tem privilegiado os grandes interesses económicos e financeiros, sendo subserviente às grandes economias, nomeadamente a alemã, e fazendo reféns os direitos dos cidadãos, a sua qualidade de vida e o desenvolvimento das economias mais frágeis.

É preocupante porque este tem sido o caminho que trouxe a França até aqui que apesar da derrota da extrema-direita francesa e do seu discurso xenófobo, racista e anti-imigrante, mantém-se a tendência para o seu crescimento.

Os Verdes esperam que estes resultados sejam objeto de uma profunda reflexão sobre o caminho que a União Europeia tem tomado e para a necessidade de se atender aos problemas concretos das populações e das diferentes economias de cada país.

Por outro lado, é do mais elementar para a vitalidade das democracias o respeito pelos compromissos assumidos entre eleitores e eleitos.