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06/04/2016 |
Sobre 36.º Congresso Nacional do PSD |
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Deputada Heloísa Apolónia - Assembleia da República, 6 de abril de 2016
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, em particular, Sr. Deputado Matos Rosa, gostava também, em nome do Partido Ecologista «Os Verdes», de saudar a direção do PSD, bem como todos os seus militantes pela realização do Congresso, que é, naturalmente, um momento alto da vida de qualquer partido político. Quero, por isso, saudar-vos por esse momento.
Entretanto, passando à parte verdadeiramente política, Sr. Deputado, sabe qual é a sensação que ficou do Congresso do PSD? Que os senhores tinham de arranjar qualquer coisa de novo, de facto, e não estava fácil inventar qualquer coisa de novo para propor ou para fazer.
Então, os senhores passaram todo o Congresso a ver como é que conseguiam colar, a vós próprios, rótulos, rótulos e rótulos.
O CDS tinha rótulos e quer reganhá-los agora: era o partido dos pensionistas, o partido dos contribuintes, o partido da lavoura.
Quando chegou ao Governo, percebeu-se que eram só rótulos, porque materialmente e na prática política foi tudo ao contrário.
Talvez o PSD agora tenha achado que é importante também ganhar rótulos. Então, Sr. Deputado, qual foi o grande rótulo do PSD no Congresso? «Nós somos o partido mais reformista».
Se eu fosse o CDS até estava um bocadinho chateada, porque, digo-lhe já, o Sr. Deputado chega à tribuna e diz assim: «Nós somos o único partido reformista, somos o líder da oposição.» Calma, Sr. Deputado. Veja lá bem, porque também há vida à sua volta.
Sr. Deputado, essa ideia dos rótulos não chega para dar resposta aos verdadeiros problemas que os portugueses enfrentam. Devo lembrar que muitos dos problemas que os portugueses enfrentam decorreram justamente das políticas que os senhores praticaram, e os senhores não reconheceram isso no vosso Congresso. Podiam em muitas matérias ter dito: «Errámos, mas estamos dispostos a fazer uma leitura do último resultado eleitoral, onde os eleitores portugueses deram uma maioria de votos aos partidos que se tinham comprometido com a mudança.» Mas não!
Termino, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: o que é que os senhores propõem aos portugueses? Aquilo que os portugueses não precisam para rigorosamente nada: revisão da lei eleitoral e reforma do sistema eleitoral. Veja bem, Sr. Deputado. É isto que os senhores têm para oferecer.
Reforma da segurança social: o que é que isto significa em modo PSD? Significa cortes e privatização. Dá-me ideia de que os portugueses disseram que não nas últimas eleições.