"Os Verdes" consideram frustrantes os resultados obtidos pela Cimeira da Terra, hoje concluída em Joanesburgo.

Convocada para avaliar, dez anos depois da Conferência do Rio, os progressos desde então verificados para dar conteúdo ao conceito de desenvolvimento sustentado então proclamado e ao mesmo tempo que os sinais da crise ecológica se multiplicam um pouco por todo o lado no Planeta, e muito em especial na Europa, a Cimeira saldou-se por um lamentável fracasso, nomeadamente vaga na definição de objectivos, vazia no estabelecimento de compromissos em áreas fundamentais como a energia, o combate à pobreza e o comércio.

O que deveria ser uma reunião fulcral para dar impulso às questões ecológicas de forma transversal e integrada nas políticas de desenvolvimento de vários países revelou-se afinal numa forte investida das grandes corporações económicas onde os chefes de estado acabaram por se subjugar às vontades do comércio internacional.

Mais uma vez o conceito de desenvolvimento sustentável foi esquecido e adiada foi a vontade de garantir no presente a sustentabilidade do Planeta para as gerações vindouras.

O Plano de acção aprovado, cheio de declarações e de boas e genéricas intenções adiou novamente, não se sabe por quanto tempo, um compromisso sério dos estados em direcção a um desenvolvimento sustentável.

Relativamente ao protocolo de Quioto, embora não tenha havido um compromisso sério dos Estados em falta quanto à sua ratificação, como seria desejável, “Os Verdes” sublinham como um dado positivo o facto deste protocolo ter recebido o acolhimento da Rússia, Canadá e China e, portanto, de estar mais próximo da sua aplicação. “Os Verdes” reafirmam ainda a sua intenção de pressionar o Governo Português a assumir com clareza, através de um plano de acção e a curto prazo, a adopção de políticas com vista ao desenvolvimento sustentável.

O Gabinete de Imprensa do PEV
Lisboa, 4 de Setembro de 2002