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Comunicados 2013
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25/07/2013
Sobre o texto da moção de confiança que o Governo entregou na Assembleia da República

O texto da moção de confiança, há pouco entregue pelo Governo na Assembleia da República, é bem revelador da fragilidade em que o Governo se encontra, sobretudo por duas ideias nele vincadas:

1º A ideia de que, a partir de agora, há coesão da coligação governamental, como se o ponto de partida fosse hoje e não o ano de 2011 após o ato eleitoral. Os acontecimentos recentes, de crispação no interior do Governo (designadamente com a saída de Vítor Gaspar e com o pedido de demissão de Paulo Portas), destruíram de tal forma a credibilidade do Governo que este tem agora necessidade de vir acenar com a bandeira da coesão interna, por ter absoluta consciência que há uma desconfiança enorme no país sobre a durabilidade, ou mesmo a utilidade, de qualquer aparência de coesão.

2º A ideia de que agora se vai passar a um novo ciclo onde se inverte a delapidação económica provocada pelas políticas governamentais. O definhamento económico e social é de tal ordem, e constitui tão vincadamente o centro nevrálgico dos problemas do país, que o Governo tem agora necessidade de dizer que corrigirá esse erro. Ocorre que com a perspetiva de cortes de mais, pelo menos 4700M€ (que o documento curiosamente omite), com a continuação de cortes nas pensões e nos salários, com despedimentos monstruosos na função pública e consequente destruição de serviços públicos, com a continuação de cortes nos apoios sociais, com a recusa de aumento do salário mínimo nacional, o Governo prova que não prosseguirá uma política diferente, prova que está totalmente subjugado aos interesses da Troika, mesmo que isso custe o empobrecimento atroz dos portugueses e do país, prova que não haverá nenhum novo ciclo, mas sim uma continuação de políticas delapidadoras do nosso mercado interno e da vida concreta dos portugueses

Com a moção de censura ao Governo, apresentada pelo PEV na Assembleia da República no passado dia 18 de Julho de 2013, e apoiada por toda a oposição, o Executivo não conseguiu demonstrar mais do que a existência de uma maioria parlamentar isolada e a sua ideia de continuar as mesmas políticas. Numa tentativa de limpar a sua imagem, tão machucada, o Governo vem agora propor uma moção de confiança à Assembleia da República. O PEV votará CONTRA essa moção de confiança, por entender que este Governo não tem mais credibilidade possível mesmo maquilhado, e tem a plena convicção que, se ela fosse votada pelos portugueses, seria chumbada. Os Verdes entendem que a única forma de garantir um novo ciclo político em Portugal é através da palavra dos portugueses, por via de eleições antecipadas.

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