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17/05/2005 |
Verdes Interpelam Min. da Economia Sobre Situação da Empresa ALCOA JUJIKURA |
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Na Comissão Parlamentar de Assuntos Económicos, a Deputada Heloísa Apolónia confrontou hoje o Sr. Ministro da Economia e Inovação com o problema sério com que se confrontam os trabalhadores da Alcoa Fujikura, empresa sediada no Seixal, distrito de Setúbal.
A deputada ecologista relembrou que a empresa absorveu vários recursos públicos de investimento para se instalar em Portugal e que, ao longo dos anos, tem reduzido a sua produção e quadro de pessoal, empregando hoje cerca de 1050 trabalhadores que estão na iminência do desemprego, pelo facto de a Alcoa pretender deslocalizar a produção de cablagens do novo volume da Autoeuropa para a República Checa.
A deputada de “Os Verdes” questionou assim o Sr. Ministro sobre que negociações está o Governo a promover com a Alcoa Fujikura para que a produção e cablagens do novo volume da Autoeuropa se faça em Portugal. E, por outro lado, que negociações está o Governo a promover com a Autoeuropa por forma a que esta cumpra o compromisso de elevado grau de incorporação nacional da sua produção, podendo esta empresa constituir também uma forma de pressão sobre a Alcoa?
As perguntas de “Os Verdes” foram respondidas pelo Sr. Ministro e complementadas pelo Sr. Secretário de Estado da Indústria e deixaram “Os Verdes” preocupados, na medida em que o Governo parece pouco empenhado no processo de negociação com a empresa e já muito conformado com a ideia que aqueles postos de trabalho se vão inevitavelmente perder. Ora, partir assim para quaisquer negociações, é partir já fragilizado e preocupa-nos essa posição frágil do Governo português.
“Os Verdes” relembram que o Governo prometeu criar 150.000 novos postos de trabalho durante a legislatura – nunca disse como nem em que sectores - mas com esta postura o Governo arrisca-se a eventualmente criar esses postos de trabalho, mas a perder outros tantos.
Esta situação concreta da Alcoa é um daqueles exemplos de como os sucessivos governos têm contribuído para desvalorizar a capacidade produtiva do país, que cada vez está mais dependente do exterior, nos mais diversos sectores, e que tenderá a tornar-se um país de instâncias turísticas, que serve à mesa os estrangeiros que vêm passar férias no Verão e sem capacidade de produzir e de dinamizar um motor fundamental da economia – a exportação.
O Gabinete de Imprensa
Lisboa, 17 de Maio de 2005