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18/10/2017 |
Voto de pesar pelas vítimas dos incêndios que deflagraram nos dias 15 e 16 de outubro - DAR-I-9/3ª |
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Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia - Assembleia da República, 18 de Outubro de 2017
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: O sentimento do País é de grande consternação face ao que aconteceu nos passados dias 15 e 16 e também conjugado com o que se passou durante o verão, fundamentalmente em Pedrogão Grande.
Este sentimento de grande consternação é também de uma consciência de que é preciso fazer muito para que nada semelhante volte a ocorrer no País. É essa conjugação de esforços que todos temos de empreender no sentido de chegarmos a resultados muito concretos, eficazes e visíveis.
Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Há muitas soluções que se encontram empreendidas no papel e é preciso passá-las para o terreno.
A grande palavra de Os Verdes nesta fase de discussão do voto é, evidentemente, de condolências para as famílias das vítimas mortais — que são muitas —, de grande solidariedade com todos aqueles que ficaram feridos, de grande solidariedade com todos aqueles que perderam tudo o que conseguiram construir na vida e com todos aqueles que perderam a sua forma de subsistência, mas é também de louvor para todos aqueles que, intensa e arduamente, combateram dia a dia esta tragédia dos fogos florestais, este drama que assolou o País.
Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Os Verdes, há muito, alertam, na Assembleia da República, para a questão de estarmos confrontados com um fenómeno real de alterações climáticas. Não é uma matéria teórica, é uma matéria prática que todos estamos a sentir no dia a dia e a tendência é mesmo para que se intensifique, para que os extremos climáticos se intensifiquem.
Por isso, temos de reforçar as respostas para enfrentar essa intensificação real das alterações climáticas, temos de ter processos de adaptação reais. A nossa floresta é um espaço que tem de ser alvo dessa verdadeira adaptação e temos de fazer esforços para que o despovoamento do mundo rural não continue à intensidade com que tem ocorrido neste País. Temos de fazer esforços para que a nossa floresta seja, de facto, mais resistente, porque torná-la mais resiliente é tornar também o País mais seguro para as suas populações. Os negócios que são feitos em torno das monoculturas de espécies de crescimento rápido têm de ser equacionados e ver a forma como são feitos.
Há muito para dizer, Sr. Primeiro-Ministro, mas, seguramente, há muito mais por fazer.