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18/11/2015 |
Voto n.º 3/XII (1.ª) — De condenação e pesar pelos atentados terroristas em Paris |
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Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
Voto n.º 3/XII (1.ª) — De condenação e pesar pelos atentados terroristas em Paris
- Assembleia da República, 18 de novembro de 2015 –
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Embaixador de França: Praticamente já tudo foi dito. Nestas circunstâncias, as palavras não conseguem tapar a dor de modo nenhum, mas cumpre-nos, naturalmente, uma palavra forte de solidariedade para com todo o povo francês, que, mais uma vez, foi vítima deste horror, destes ataques terroristas, destes acontecimentos tão trágicos que aconteceram no dia 13 de novembro.
Queria ainda acrescentar que não foram apenas vidas humanas que estiveram em causa e que a dor relativamente a essas vidas tem de ser profundamente manifestada e condenada. Mas, neste caso, atingiu-se muito mais do que isso: atingiram-se valores, valores supremos, como os da tolerância, da pluralidade, do respeito pelas diferenças, valores estes que têm de imperar no mundo.
Para França e para tudo o que França deu ao mundo importa sempre relembrar — e está agora a ser permanentemente relembrado — os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade e, mais ainda do que relembrar, importa praticar e implementar. É por isso, Sr. Presidente, que gostava também de, em nome de Os Verdes, dizer que se a resposta é a escalada do ódio, da vingança e da agressão isto não para, Sr.as e Srs. Deputados, isto não para.
Temos de ter a inteligência de saber parar este horror. Então, olhemos para as causas, e se nas causas encontrarmos a lógica do comércio internacional de armamento, da venda de armas, de financiamento, de alimento a grupos que praticam o terrorismo, isto tem de acabar Sr.as e Srs. Deputados. É às causas que temos de ir para acabar e para responder a este horror.
A solidariedade de Os Verdes, que está, naturalmente, no voto que subscrevemos, como referi, é para com todo o povo francês, mas também para com todos os povos que têm sido vítimas da guerra e dos atos terroristas, que têm de ter, de uma vez por todas, um ponto final e a que a inteligência humana e das sociedades e das comunidades democráticas têm de saber pôr um ponto final, designadamente não alimentando causas. Não alimentando causas!