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15/09/2020 |
Vouzela - Os Verdes Insistem na Reabertura da Extensão de Saúde de Campia |
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A deputada Mariana Silva, do Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na Assembleia da República uma pergunta, em que questiona o Governo através do Ministério da Saúde, sobre o encerramento da extensão de saúde, após a eclosão da pandemia, deixando mais de 1300 utentes da freguesia de Campia (Vouzela) sem médico de família e sem resposta de proximidade aos serviços de saúde.
Pergunta:
No passado mês de fevereiro o Partido Ecologista Os Verdes questionou o Ministério da Saúde através da pergunta n.º 1111/XIV/1.ª sobre o facto da Extensão de Saúde de Campia (Vouzela) se encontrar fechada desde o dia 18 de dezembro de 2019 por falta de médico de família uma vez que a clínica que estava temporariamente a assegurar o serviço entrou de baixa e o seu lugar ainda não foi preenchido.
Na resposta dada a 18 de março ao PEV, o Governo refere que por “motivos de desvinculação de clínico alocado a este polo assistencial, verificaram-se constrangimentos que foram sendo ultrapassados”. Salienta também que foi colocado em colaboração com a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, um médico aposentado que permitiu colmatar as necessidades da extensão de saúde de Campia. Segundo Os Verdes conseguiram apurar, junto dos utentes, esta solução é apenas para 20 horas semanais.
Todavia, com a eclosão da pandemia a extensão de saúde acabou por fechar deixando mais de 1300 utentes da freguesia de Campia sem médico de família e sem resposta de proximidade aos serviços de saúde.
A alternativa passa pela Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Vouzela (UCPS), que dista cerca de 15km desta localidade, onde os horários foram reduzidos e os serviços condicionados devido à pandemia do novo coronavírus. A outra alternativa é recorrer ao Serviço de Urgência de São Pedro do Sul (a 25km). A deslocação à sede de concelho (Vouzela) ou a São Pedro do Sul causa grandes constrangimentos pois muitos utentes são idosos, vivem sozinhos e não têm viatura própria.
Acresce que os transportes públicos são muito limitados com horários desajustados e/ou inexistentes, enquanto que as baixas reformas impossibilitam que os utentes recorram ao táxi como modo de transporte para se deslocar.
Esta unidade de saúde instalada no edifício da junta de freguesia encontra-se em boas condições depois de ter sido requalificada há cerca de três anos, obras que custaram à junta de freguesia cerca de 100 000 euros. O edifício possui as condições adequadas para ter dois médicos e um enfermeiro em permanência.
Aquando da resposta do Governo à pergunta do PEV, no início deste ano, o Ministério da Saúde adiantou também que a ARS Centro se encontrava empenhada em encontrar uma solução definitiva na alocação de recursos humanos. Os Verdes tiveram conhecimento que das cerca de 400 vagas que o Ministério abriu recentemente, não figurava nenhuma para Vouzela, ou seja, para afetar ao polo de Campia.
O Partido Ecologista Os Verdes, tal como a população de Campia, espera que a solução definitiva que o governo pretendia para a alocação de recursos humanos no polo de Campia não passe na verdade de uma solução definitiva de encerramento, ficando os utentes privados e condicionados no acesso aos cuidados primários de saúde.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exª O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo a seguinte pergunta, para que o Ministério da Saúde possa prestar os seguintes esclarecimentos:
1- A solução provisória com recurso ao médico aposentado estava prevista por quanto tempo?
2- Por que motivo o polo assistencial de Campia se encontra fechado há vários meses?
3- Por que razão o Ministério da Saúde não abriu vaga para alocar um médico de família à extensão de Saúde de Campia?
4 – Está ou não previsto colocar um médico de família e reabrir o polo assistencial de Campia?
5 - O Governo prevê também afetar em permanência um enfermeiro a esta extensão de saúde?
6 – O Governo irá encerrar, definitivamente, a extensão de saúde de Campia, deixando cerca de
1300 pessoas sem acesso aos serviços de saúde de proximidade?