De acordo com os últimos dados do INAG, em Portugal vivem-se situações tão lamentáveis como o facto de cerca de 600 mil pessoas não terem garantido acesso a água com qualidade ou 44% dos nossos recursos hídricos de superfície estarem em má ou muito má qualidade, passando pelo insuficiente tratamento de efluentes industriais e domésticos (ainda longe de atingir os níveis previstos no PEAASAR – plano estratégico de abastecimento de água e saneamento de águas residuais). Com efeito, os cerca de 70% da população servida por sistemas de tratamento de águas residuais estão ainda muito longe da meta de 90% que há vários anos é apontada para o nosso país.

“Os Verdes”, ao assinalar o Dia Nacional da Água, destacam dois aspectos que consideram fundamentais:

- A necessidade absoluta de pôr em prática o Plano Nacional para o Uso Eficiente de Água, que inexplicavelmente continua guardado na gaveta. Face à seca vivida em anos anteriores, com particular destaque para os anos de 2003 e 2005; face, ainda, aos cenários futuros de secas mais recorrentes perspectivados nos estudos que se debruçaram sobre os efeitos das alterações climáticas, é imprescindível que o Governo ponha em prática este Plano para garantir uma prevenção necessária, e que não se ponha a aguardar cenários catastróficos para implementar um uso eficiente da água no nosso país.

- Face às ainda variadas violações à obrigatoriedade de avaliação de diversos parâmetros relativos à qualidade da água para consumo humano, importa criar mecanismos que levem os sistemas gestores da água a garantir que essas análises são feitas. Por isso “Os Verdes” apresentaram um Projecto de Lei, no Parlamento, que vai ser discutido em plenário no próximo dia17 de Outubro, que obriga a que em cada factura da água seja incluída uma informação sobre a qualidade da água para consumo humano no sistema respectivo.