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Comunicados 2007
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14/09/2007
AMIANTO EM EDIFÍCIOS ESCOLARES PREOCUPA “OS VERDES”
Heloísa Apolónia, Deputada do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República um requerimento em que pede explicações ao Governo, através do Ministério da Educação, sobre a utilização de amianto em edifícios escolares. No início de mais um ano lectivo, “Os Verdes” voltam a insistir numa questão que tem sido vergonhosamente negligenciada pelo Governo e que requer uma intervenção urgente.

Segue a transcrição integral do requerimento:

Em 2003 a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, um projecto de resolução que procedia a um conjunto de recomendações ao Governo, relacionadas com a utilização de amianto em edifícios públicos, incluindo, portanto, as escolas.

Da aprovação dessa iniciativa veio a resultar a Resolução nº24/2003, de 2 de Abril.

Esta Resolução determinava, designadamente, o prazo de um ano para a inventariação dos edifícios públicos que contêm amianto e a subsequente listagem e fixação de um plano calendarizado de remoção desse amianto.

O amianto é reconhecido, de há cerca de 50 anos, pela Organização Mundial de Saúde como uma substância altamente cancerígena e a sua perigosidade resulta da exposição continuada à concentração das fibras respiráveis em suspensão no ar.

É sabido que nos anos 70 e 80 foram construídas diversas escolas no país com placas de fibrocimento, contendo amianto e que hoje, com o conhecimento expresso do Governo e de muitas outras entidades, muitas crianças, jovens, professores, auxiliares de educação, em suma diversas comunidades escolares, estão sujeitos aos efeitos da existência de amianto nos edifícios onde passam a maior parte dos seus dias e grande parte do ano.

O certo é que existem escolas onde se sabe que existem materiais contendo amianto, como por exemplo em Setúbal a Escola Ana de Castro Osório, a Escola da Bela Vista ou a Escola Luisa Todi, onde nunca foi feita qualquer avaliação de partículas suspensas no ar ou onde nunca foi, por parte do Ministério da Educação, colocada a necessidade urgente de remoção desse material. Muitos outros casos existem pelo país, passando por aquelas escolas onde a comunidade escolar nem sequer sabe se na escola existe amianto ou não.

Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, solicito a S. Exa. O Presidente da Assembleia da República que remeta ao Governo o presente requerimento, para que o Ministério da Educação me possa prestar os seguintes esclarecimentos:
1. Que acções promoveram (qual o seu âmbito, que escolas envolveram e quando) as Direcções Regionais de Educação com o objectivo de avaliar da existência de amianto nas escolas enquadradas na sua competência territorial e de avaliar a libertação e concentração de fibras de amianto?
2. Se as Direcções Regionais de Educação procederam a essas acções, a que conclusões chegaram?
3. Se as Direcções Regionais de Educação procederam a esse levantamento, qual foi o critério utilizado para a selecção de escolas a ser avaliadas?
4. Sabendo do perigo que decorre da exposição a fibras de amianto, por que razão, decorridos 2 anos e meios da tomada de posse deste Governo, não está feita a inventariação a nível nacional, das escolas que contêm amianto na sua construção?
5. Por último, coloca-se ao Ministério a questão de saber se pretende cumprir os objectivos da Resolução nº24/2003, de 2 de Abril, e quando, ou se esta, embora aprovada por unanimidade na Assembleia da República, vai continuar a ser objecto de indiferença por parte deste Governo, como já o foi por parte de outros que o antecederam?


 

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