A proposta apresentada pelo vice-presidente da autarquia, o Vereador Pedro Ribeiro, refere que “o sector dos RSU’s da Câmara Municipal de Almeirim teve em 2006 um défice de cerca de 250 mil euros, sendo que este valor corresponde sensivelmente aos pagamentos efectuados pela autarquia à Ecolezíria-Resiurb”.

Ora, na prestação de contas do município aprovada pelo mesmo executivo, relativo a 2006, os números apresentados são bem diferentes (dívida à Resiurb – 23082,85€; transferências para a Resiurb – 23028,59€) e não ultrapassam os 46111,44€.

No que diz respeito ao aumento da tarifa de resíduos, que se vai traduzir num aumento da factura da água, a Vereadora da CDU, que votou contra, sustentou a sua votação não só neste desencontro de valores mas também no facto do aumento proposto ser muito superior à taxa de inflação, o que considera penalizante para os cidadãos que já atravessam momentos económicos difíceis. Cidadãos estes que, segundo declaração de voto da Vereadora ecologista, não são os responsáveis pela quantidade de lixo que fazem, nem o fazem por querer.

A Vereadora acusou, na sua declaração de voto, o Governo de primar por uma ausência de estratégia no sentido de reduzir os resíduos na origem, tal como manda a lei e tal como “Os Verdes” propuseram em Assembleia da República ao apresentar uma lei que levaria à redução das embalagens (são uma componente muito elevado dos resíduos sólidos urbanos). Para a Vereadora, esta proposta penaliza duplamente os cidadãos e são sempre eles a pagar. Pagam as embalagens que não desejam e de que não precisam na compra de um produto e depois voltam a pagar para o seu tratamento.

Manuela Cunha acusou ainda o vice-presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, autor da proposta, de estar agora a fazer pagar aos cidadãos, com este aumento (aos que receberam e aos que não receberam), os ecopontos domésticos que andou a distribuir gratuitamente.

Relembra-se que a Vereadora da CDU tinha votado contra este iniciativa por a considerar perfeitamente demagógica, de mera propaganda e projecção pessoal, e não sustentada em nenhuma estratégia que leve verdadeiramente os cidadãos a separar os seus resíduos.

A Vereadora considerou que o dinheiro público gasto com este acto desgarrado seria mais bem empregue na aquisição de ecopontos colectivos para colocar em muitas das freguesias do concelho onde eles fazem falta, como por exemplo, em Benfica do Ribatejo.