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11/03/2011
Comemoração do Dia Internacional da Mulher
Intervenção da Deputada Heloísa Apolónia
- Assembleia da República, 11 de Março de 2011 -
 
 
 
 
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os Verdes querem saudar o centenário do Dia Internacional da Mulher e, naturalmente, todas as mulheres que lutaram e que lutam pelo seu direito à igualdade e pelos direitos reais da sua geração e das gerações futuras. Sabemos que as mulheres têm uma predisposição natural ou social — não vou discutir isso agora — para pensar nas gerações futuras, o que é extraordinariamente importante.
Hoje, quando estes votos estão ser discutidos, é também extraordinariamente importante que pensemos na realidade concreta e nas verdadeiras dificuldades que as mulheres sentem no nosso País.
Estamos a viver um momento de galope absurdo do desemprego e de fragilização das condições de vida que toca muito directamente as mulheres. Como já aqui foi dito por outras Sr.as Deputadas, as mulheres são as maiores vítimas do desemprego, da precariedade e dos mais baixos salários.
Portanto, quando construímos políticas sociais e económicas e fazemos opções, também temos de pensar nos resultados. Não podemos vir aqui fazer discursos e depois, através de outros «tentáculos», ferir os próprios discursos que fazemos.
É importante que se façam constantemente estas ligações.
Hoje, por via das políticas que são prosseguidas, há muito mais mulheres que passam o seu dia a fazer «ginástica» em casa para esticar orçamentos familiares, que já esticaram tudo, porque perderam o abono de família e outros apoios sociais à sua família.
Esta situação, que toca muitas pessoas, tem de nos fazer pensar para fazermos mais. Tem de mexer e mudar políticas!
Quando falamos da questão da violência doméstica, é também importantíssimo falar da ainda não introdução generalizada da educação sexual nas escolas e dos frutos que daí já poderiam ter sido recolhidos para minimizar esse fenómeno. No entanto, a questão das condições sociais também tem influência, visto que há mulheres que se sujeitam à continuidade da violência doméstica porque estão dependentes economicamente do seu parceiro. Esta situação é impensável!
Em conclusão, tudo isto tem ligação e, quando amanhã ou noutro dia aqui discutirmos políticas económicas, também estamos a discutir a situação das mulheres em Portugal.
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