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Moção Sectorial - Responsabilidade Social Partidária
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11ª Convenção do Partido Ecologista "Os Verdes"
Lisboa, 14 de Março de 2009

Partido Ecologista “Os Verdes”, um partido evoluído, um partido evolutivo

É comum nos dias de hoje, assistirmos ao envolvimento da sociedade civil em tudo o que tenha a ver com o desenvolvimento sustentado e a cidadania participativa, forçando os agentes sociais, como o Governo, o Parlamento, as Câmaras Municipais e as Juntas de Freguesias, a elevar os seus níveis de exigência ambiental e as suas praticas neste âmbito. Assim também à semelhança do que se verifica na sociedade, o grau de desenvolvimento de um Partido político pode avaliar-se pela sensibilidade dos seus militantes e simpatizantes relativamente às questões ambientais e de sustentabilidade. O colectivo regional do Partido Ecologista “Os Verdes” de Aveiro apresenta esta moção sectorial que pretende contribuir para a criação e implementação de um Programa de Boas Práticas e Consciencialização Ambiental, junto de todos os seus militantes e em todas as estruturas locais do Partido Ecologista “Os Verdes”, nomeadamente as designadas por colectivos regionais bem como, em toda a sociedade portuguesa.

O sétimo princípio da Carta da Terra preconiza que:
"7. Adoptar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a) Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b) Actuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
c) Promover o desenvolvimento, a adopção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d) Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e) Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f) Adoptar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito."
Quando se sabe, que uma criança que nasce hoje no chamado mundo ocidental, apresenta só pelo simples facto de consumir fraldas descartáveis nos quatro primeiros anos de vida, uma pegada ecológica equivalente á que um cidadão do terceiro mundo com uma longevidade próxima dos setenta anos.
Para termos uma ideia, o nosso planeta possui aproximadamente 6,6 biliões de pessoas, onde só aproximadamente um 1/3 têm acesso ao consumo. Se esta forma predatória de consumir fosse igual para todos os 6,6 biliões de pessoas do nosso planeta, iríamos precisar de quase 3 planetas Terra para satisfazer nossas necessidades!
Quando se sabe, que um dos objectivos do design e do marketing, é o de que pelo menos sessenta por cento dos produtos adquiridos pelos consumidores hoje, estejam no lixo nos próximos seis meses, por serem considerados obsoletos ou fora de moda.

Além dos 3R’s, já de todos sobejamente conhecidos, poderá ser implementado também a preciclagem, ou seja, a substituição de produtos geradores de resíduos sólidos ou de uso únicos, para produtos de uso contínuo ou retornável, como exemplo, substituir o guardanapo de papel pelo guardanapo de tecido, substituir a garrafa PET pelas garrafas de vidro, substituir a fralda de celulose descartável pela de pano, usar sacos de pano para transportar as compras, comprar a carne no talho em vez da pré embalada, beber água da rede tratada em vez de engarrafada, utilizar recargas de produto, até os próprios automóveis são na maior parte das vezes mandados para a sucata não por uma questão de funcionalidade mas sim por uma questão de moda.

Quem quiser fazer uso da preciclagem, procurará consumir bens duráveis (não descartáveis), que não tenha embalagem ou só o imprescindível, que seja verdadeiramente útil para proteger e informar o comprador. Por essas e por outras é que a preciclagem é uma atitude, um comportamento cada vez mais verificado nos países desenvolvidos, onde existem prospectos informativos nos supermercados com as principais orientações para quem quiser praticar a preciclagem.
Sumariamente preciclar significa pensar antes de comprar em função dos resíduos que serão gerados. Preciclar, refere-se à atitude de pensar antes de comprarmos, uma vez que 40% do que consumimos ou adquirimos em compras é lixo. Preciclar é pensar que a história das coisas não acaba quando as lançamos ao lixo, muito menos acaba aí a nossa responsabilidade.
Preciclar é pensar antes de comprar para evitar os resíduos supérfluos, em suma, evitar a produção de lixo desnecessário se assim se pode dizer. Está claro que, de momento, não podemos abastecer as nossas necessidades sem criar um mínimo de resíduos, mas o que está ao nosso alcance neste âmbito é sem dúvida inquestionável.
É enorme a quantidade de vasilhas e embalagens que enchem as prateleiras dos super e hipermercados, contendo alimentos e outros produtos no seu interior. A maioria destas embalagens é fabricada a partir de plásticos que por sua vez são fabricados a partir de produtos químicos, alguns dos quais de elevada toxidade. Nestas cuvetes de exposição e acondicionamento hoje em dia, até o pormenor da cor é estudado, são de “poliestireno expandido” e são fabricadas com base no Benzeno elemento conhecido por ser co-cancerigeno. Para além disso no fabrico destas cuvetes, e para que as mesmas sejam extremamente leves, são injectados gases durante o seu fabrico que são prejudiciais à camada de ozono. Se pensarmos em tudo aquilo que compramos, podemos comprovar que desde a carne que ainda acaba por ser coberta com película de plástico, o mesmo acontece com os vegetais, os enchidos que inclusive em algumas superfícies comerciais quando são comprados a granel são na mesma acondicionados nas ditas cuvetes. Nós enquanto consumidores pensamos que este é que é um exemplo de higiene, mas o que efectivamente acontece é que é um modo principesco de se gerar mais e mais resíduos
O planeta está num estado tal que não podemos negar-lhe a nossa atenção, tanto mais que sabemos que não podemos contar com o sector produtivo que sistematicamente relega para último plano as questões ambientais. Este mesmo sector pouco ou nada tem feito no sentido de gerar menos resíduos e produtos tóxicos, e, convém não esquecer que mesmo que se tenham vindo a fazer grandes avanços no capitulo da reciclagem, não deixa no entanto de em parte a mesma actuar contra o meio ambiente porque é necessária energia para se efectuar a mesma, energia essa que provem em grande parte de fontes fosseis, que por sua vez produzem mais resíduos e contaminação.
Preciclar é fácil, económico e preserva mesmo o meio ambiente. Só resta, agora, incorporar este conceito na nossa próxima ida ao supermercado, na próxima ida ás compras, na nossa vida partidária, no nosso modo de vida.
É pois fundamental que os delegados presentes nesta XIª Convenção do Partido Ecologista “Os Verdes” saiam daqui com as forças e convicções renovadas, para estarmos melhor preparados para um futuro de mais exigência e com a convicção de que estamos do lado certo da barricada da vida.
No sentido de dar corpo a esta atitude comportamental e para que esta se generalize na sociedade, os delegados presentes nesta XIª Convenção do Partido Ecologista “Os Verdes” decidem mandatar o grupo parlamentar do partido, para que estabeleça contactos com os representantes do Sector do Comércio e Indústria Nacionais, afim de que lhes seja transmitido o nosso pensamento e a análise que fazemos do estado da produção de resíduos no país. Se procure estabelecer com esses mesmos representantes, estratégias ou campanhas para que se comece a aplicar estas práticas ambientalmente recomendáveis, na sociedade portuguesa.